Já ouvi várias piadas sobre sala de espera de hospital, uma delas diz que só uma pessoa PACIENTE é que consegue ficar na sala de espera!
Mas o caso aqui hoje não é de piada.
Às 22:35 (uma hora após dar entrada na unidade), depois de muito reclamar da demora, conseguimos ser atendidos na triagem, onde você é atendido por uma enfermeira, elas pesam, perguntam o que a criança está sentindo, medem a pressão arterial... Quando a enfermeira mediu a temperatura, minha filha já estava com quase 40°C, o que já pode ser um risco de convulsão. Ela a medicou na mesma hora, com o intuito de a febre baixar. E depois pediu para que voltássemos para a sala de espera que o médico já ia chamar.
Esperamos mais 1 hora e nada, comecei a ficar irritada, lógico. Procurei saber a quantidade de médicos que estavam de plantão, e me informaram que tinham TRÊS!!! Acreditem, no horário que eu fui, a emergência nem estava tão cheia assim.
Esperemos mais 1 hora depois que perguntei sobre os médicos. A pequena já estava irritada, não conseguia dormir...
A minha vontade era de sair correndo dali e não voltar nunca mais. Na certa diriam que era uma virose, passariam remédio para febre, e no caso de alguma inflamação na garganta, como suspeitávamos, uma amoxicilina. Eu e o marido já sabíamos disso desde o início, mas e o risco da febre alta demais que não abaixava de jeito nenhum? Quando se trata da pequena não dá para brincar, né?
Mais 1 hora de espera. A febre não baixava. Resolvi levantar para gritar, não o tinha feito antes, pois vi que outras mães estavam ali irritadas e assustadas como eu, com suas crianças abatidas e chorando... Tentei ter calma.
Fomos chamados depois de 3 horas de espera desde a triagem, fora a 1 hora desde a entrada no hospital até a enfermeira. Entramos na área de atendimento, ficamos perdidos pois ninguém aparecia para nos atender. Até que mais impaciente do que nunca, eu gritei: 'Chamaram Ingrid para o atendimento, cadê o médico? Vou ter que esperar mais???'.
Ai me levanta um médico, de trás um vidro, com a maior cara de sono, e me sorri com a cara mais cínica e me diz: 'Boa noite, mãe, tudo bem?'. Eu ri, ri para não mandá-lo para o pior lugar todo por causa daquela pergunta imbecil. Se eu estava numa emergência, é lógico que não estava tudo bem, ainda mais depois de 4 horas de espera.
Ele olhou Ingrid, e me disse: 'é garganta mesmo! Só um minuto. ' E voltou com a receita: remédio para febre, e adivinhem? amoxicilina para curar a garganta! Foram menos de CINCO MINUTOS com o médico.
É claro que fiquei super feliz de não ter nada mais sério com a pequena, né?
Mas dá raiva pagar um plano caro, para fugir das filas e do mau atendimento do SUS e chegar num hospital PARTICULAR e esperar 4 horas para ser atendida, mesmo não estando o hospital lotado.
** Texto também publicado no Diário Rosa
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