terça-feira, 12 de abril de 2011

Quem diz o que quer...

... ouve o que não quer.

Nesse final de semana saímos com a pequena, e na hora de voltar para casa, como sempre, ela não queria voltar. Pediu para ficar mais, disse que não queria voltar para casa, que dormia na casa da avó e milhões de outras desculpas.
Mesmo eu prometendo que a levaria para vários lugares que ela gosta, não adiantou. Ela queria de qualquer forma ficar.

Num momento de pura falta de paciência (é, eu perco a paciência em alguns momentos), eu cai na besteira de soltar: "Tudo bem, você fica aqui e eu não venho mais para te buscar, certo?".
Tinha a esperança que aquelas minhas palavras a convencessem a ir comigo, por medo de me perder, sei lá.



Nem precisam me julgar, sei que fui infantil, e que não se diz isso a uma criança. Ainda mais que apelei para o medo. Mas fiz. Eu também erro.

Mas talvez essas palavras tenham chocado mais a vocês do que a ela mesma.
Depois que eu falei o que queria, sem nem pensar, ela me respondeu com o que eu menos queria ouvir:
"Certo, pode ir, eu nem preciso de mãe nenhuma quando estou aqui."

Eu não tive mais palavras. Quando aquele trocinho me disse isso, eu perdi os argumentos e o controle também. Desatei num choro silencioso, uma dorzinha chata em meu coração.

Ela não estava mentindo. Ali ela estava solta, brincando com terra, correndo, em contato com crianças... Ela realmente não precisava de ninguém colocando limites nela, querendo acabar com a sua brincadeira.

O pai resolveu ficar mais um pouco, eu consequentemente fiquei também.

Uns 20 min depois, ela veio correndo em minha direção com a mão cheia de terra, e um sorriso lindo dizendo : 'Mammy, to toda melecada, me ajuda?' 

Eu sorri. Peguei ela no colo e fui atender as necessidades de uma pequena, que naquele momento, precisava de mim.
E foi numa tarde simples de um sábado meio chuvoso, que descobri, não sem dor, que ela deixou de ser aquele neném que era "só minha", que precisava de mim para tudo, que se desesperava ao me ver se afastando.

Ela me mostrou que tá crescendo, que está se tornando independente, e que eu preciso fazer o mesmo!

3 comentários:

  1. Verdade. Ela ta crescendo e você tem que crescer como mãe junto com ela. (De onde foi que eu tirei isso? Ah! Da minha grande experiência, claro! kkkk).
    Mas é isso mesmo.
    "Um rei me disse que quem deixa ir, tem pra sempre!"

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  2. Um dia desse o meu tava comigo e meus amigos. Ele ficava no meio da gente como se entendesse tudo e tivesse participando realmente da conversa. Até que ele deu o ninja dele e foi brincar com a terra que tinha espalhada no canto. Eu deixei. Até que ele melou o rosto. Acredite! Ele viu uma torneira e foi até a torneira se lavar, se lavou e veio me mostrar que tava limpo (parecendo a cara dele rsrs). Na verdade ele tava todo borrado de terra e lama pq molhou-se. Mas enfim, achei aquilo único a vontade dele ser independente e fazer as coisas. Tá cedo pra ele, mas já tá indo lá! E no final ele viu que ainda precisa de mim.

    Mas é assim, acho que como pais, devemos evoluir junto ao filho sabendo a dose da independencia e da evolução. O exemplo que dei não é um mero exemplo para a situação do post, mas me fez lembrar a tal situação.

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  3. Ingrid foi sempre bem independente, até. Nunca gostou muito que eu a ajudasse em certas coisas.

    Mas eu sempre tive uma coisa de 'manter debaixo de minhas asas', sabe?

    Doeu um pouco vê-la querendo sair. rs

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